sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Imagens revelam encontro com mero e Corveta Ipiranga, a 60 metros de profundidade

 Na postagem inaugural deste blog, em 06 de janeiro, os comentários críticos ao descaso das autoridades em relação à infraestrutura de Fernando de Noronha prevaleceram. As belezas naturais ímpares contrastam com o desleixo do Poder Público. Feito o registro - um dever de jornalista - seguem abaixo desse texto dois links de vídeos de mergulhos nas águas do arquipélago.

O primeiro link revela imagens de uma visita à Corveta Ipiranga (V 17), que repousa desde 1983 a 60 metros de profundidade. O segundo, traz uma edição com imagens em diferentes pontos de mergulho de FN, incluindo a Ponta da Macaxeira, local de operação de mergulho nem sempre fácil, devido ao mar batido.

O destaque deste segundo vídeo é o encontro com um mero de quase 200kg que se deixou, placidamente, fotografar pelos mergulhadores. A postura "amigável" deste grande serranídeo (da mesma família dos chernes, badejos e garoupas e, portanto, também saboroso), infelizmente, foi a principal causa de seu quase desaparecimento em outras regiões do Brasil – alvo preferencial dos caçadores submarinos. Lembro-me de ter me encontrado com um belo exemplar, há cerca de 10 anos, mergulhando no naufrágio do Buenos Aires, nas proximidades da Ilha Rasa (Rio de Janeiro). Aquele havia sido o último encontro, até Fernando de Noronha.

A Corveta Ipiranga afundou após colidir com a Cabeça da Sapata, uma laje que se ergue de 70 metros de profundidade e que quase aflora na maré baixa. A nau de Américo Vespúcio, a quem se atribui o descobrimento do Arquipélago, também teria ido a pique no mesmo local. A V-17, com seus 56 metros de comprimento (3,5 metros de calado e 9,9 metros de boca) encontra-se com o casco praticamente intacto, perfeitamente assentado no fundo.

As imagens mostram que a “descida” até a Corveta nem sempre é fácil, devido à forte correnteza. Os mergulhadores chegam a ficar “embandeirados” no cabo-guia, como mostram as imagens. Perder-se do cabo-guia significa ter que abortar o mergulho, em função do desperdício de ar comprimido. Para os que têm maior curiosidade técnica, nesse mergulho foi usado ar comprimido – sem ocorrência de sinais de narcose – até a profundidade máxima de 54 metros (convés).

Despendeu-se cerca de 4 minutos somente na descida. A demora na descida deveu-se à forte corrente. Por conta da demora, com gasto de ar além do planejado, não houve penetração no navio. Permanecemos cerca de 15 minutos no naufrágio. No retorno à superfície, foi feita a primeira parada de descompressão, aos 12 metros, para troca dos cilindros de ar-comprimido por cilindros com mistura enriquecida de oxigênio (EAN 50%). Uma outra parada foi feita aos 6 metros.

Bons mergulhos: 


> Link mergulho Corveta Ipiranga – Fernando de Noronha – Agosto de 2010. 



>  Link mergulho Macaxeira e encontro com mero – Fernando de Noronha – Agosto de 2010.





Nenhum comentário:

Postar um comentário